O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, repetiu nesta quinta-feira que não trabalha com a hipótese de redução da Selic e que o cenário de inflação ainda é “desafiador”, apesar de fatores desinflacionários que vão continuar no futuro.
“(Não há) hipótese de flexibilização da política monetária”, afirmou ele durante evento em São Paulo.
Na semana passada, por meio do Relatório Trimestral de Inflação, o BC piorou suas projeções de inflação para este ano e o próximo, indicando enxergar a alta de preços no centro da meta apenas no início de 2018, fora do objetivo que vem pregando de que esse movimento deve ocorrer em 2017.
“A despeito dos fatores mencionados –perspectiva de menor repasse cambial para os preços, menor variação de preços administrados, maior abertura do hiato do produto e ambiente externo com tendência de menor crescimento– o balanço de riscos para a inflação permanece desafiador”, afirmou ele.
Hoje a Selic está em 14,25 por cento ao ano. Para parte do mercado, no segundo semestre, o BC vai começar a reduzir a taxa básica de juros, em meio ao cenário de forte recessão econômica.
Ele repetiu ainda que o objetivo do BC é fazer com que a inflação fique dentro da meta neste ano –de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 2 ponto percentuais para mais ou menos– e que caminhe para o centro da meta em 2017.
Tombini também falou sobre a atuação do BC no mercado de câmbio, por meio de swaps e leilões de linha. Segundo ele, há acompanhamento dos “desenvolvimentos nesse mercado e agido, sempre que necessário, para manter sua funcionalidade”.
Para o presidente do BC, o ajuste fiscal é “imprescindível, porque não há caminho alternativo para a recuperação da confiança das famílias e dos empresários e para a retomada do crescimento econômico sustentável”, contribuindo ainda para a ancoragem das expectativas de inflação.
Exterior
Tombini disse ainda que o cenário econômico global é de menor dinamismo e manutenção de níveis mais elevados de volatilidade e de incerteza.
Ele citou o ritmo da desaceleração da atividade econômica na China, os preços das commodities, especialmente o petróleo, e ritmo de crescimento da economia norte-americana e os próximos passos na condução de sua política monetária.
Além disso, citou ainda os programas de estímulo monetário na Europa e no Japão.
Texto atualizado às 15h07
Fonte: EXAME