Dilma diz que mudança no repasse para educação é uma coisa que devemos levar em consieração que no caso da educação é uma coisa mais séria.
A presidente afastada Dilma Rousseff criticou hoje (25) as medidas econômicas anunciadas pelo presidente interino Michel Temer e disse que as ações poderão significar retrocesso para a educação brasileira.
Dilma fez os comentários durante mais um bate papo com internautas em sua página no Facebook e estava acompanhada pelo ex-ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
Para Dilma, a proposta do governo interino de reajustar os repasses para educação e saúde pela inflação do ano anterior vai trazer perdas significativas para a área da educação.
“Estamos muito preocupados porque investimos R$ 54 bilhões além do piso constitucional para a educação, num grande esforço, só no nosso governo. O que eles estão propondo representa acabar com o piso e congelar os recursos para educação para os próximos anos”, disse.
Atualmente, a lei exige que os governos apliquem um percentual mínimo de suas receitas em educação e saúde. No caso da educação, a Constituição determina que a União invista, no mínimo, 18% da arrecadação com impostos no setor.
No entanto, Temer pretende incluir as áreas de educação e saúde na proposta de emenda à Constituição (PEC) que vai estipular um teto para os gastos públicos, conforme divulgado ontem (24) pela equipe econômica.
Logo após o anúncio, no entanto, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Carlos Hamilton, disse que a aplicação mínima constitucional prevista para saúde e educação não cai com PEC que o governo pretende enviar ao Congresso Nacional limitando gastos.
Segundo ele, o que muda é que o total dos gastos, incluindo o piso para essas duas áreas, não pode crescer além da inflação do ano anterior.
Números
Durante a conversa com internautas, a presidente afastada e o ex-ministro Mercadante também destacaram dados sobre avanços na educação durante os governos do PT, com Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo Mercadante, em 2002, havia cerca de 3 milhões de estudantes universitários no país e, em 2015, eram 7,8 milhões. “O mais importante: com a ampliação das universidades e institutos federais, com o Fies [Fundo de Financiamento Estudantil] e o Programa Universidade para Todos [ProUni], um em cada três estudantes universitários teve acesso ao estudo superior por estas políticas públicas”, disse o ex-ministro.
Nos últimos dias, a presidente afastada também respondeu a perguntas pelo Facebook sobre o Bolsa Família e a Previdência, sempre acompanhada dos ex-ministros que comandavam as áreas em seu governo.
Fonte: EXAME