O cientista político Wanderley Guilherme dos Santos divulgou ontem na internet uma carta aberta sobre a revogação de direitos, na esteira das reformas trabalhista e previdenciária, que está sendo recebida como um manifesto comum a todos aquela que consideram o governo Temer golpista e a serviço de um projeto voltado única e exclusivamente aos interesses da classe dominante.
Estamos em preparação para o contragolpe: delegação de poderes ao próximo presidente popular.
Não há necessidade de Constituinte em que a maioria será o somatório da bancada da bala, dos ruralistas, evangélicos e trombadinhas oportunistas.
Delegação de poderes com agenda clara: revisão de toda a legislação anti-social e anti-nacional aprovada pela coalizão de sequestradores constitucionais – Executivo golpista, maioria Legislativa cúmplice na partilha do butim, ministério da propaganda que exterminou a liberdade de imprensa no país e um Judiciário cativo dos organismos proporcionados pela tirania da excepcionalidade.
Revogação da pompa togada e farisaica: nenhuma decisão não unânime do STF terá validade sem a convalidação do Senado Federal.
Participação obrigatória de representantes dos trabalhadores nos conselhos de administração de grandes corporações, sem voz ou voto para reivindicações salariais, mas com competência para deliberar sobre a política de investimento da corporação, variável determinante do futuro do mercado de trabalho.
Não me venham falar de remendos tributários, ajustes de câmbio ou recuperação industrial: cavalos de troia dos interesses empresariais.
A fonte do vigor capitalista é um mercado de trabalho dinâmico e com crescente poder de compra, protegido dos acidentes da vida e dos inevitáveis ciclos depressivos do capital.
A variável essencial da história sempre foi, e é, a capacidade de trabalho dos seres humanos: trabalho físico, administrativo, intelectual e inventivo.
O crescimento do PIB tem por finalidade elevar o estágio civilizatório da humanidade.
Como fazê-lo?
É a esse norte insubstituível que se devem submeter os debates reais, hoje mascarados pelas corporações profissionais de economistas, juristas, burocratas e diversos grupos de parasitas ocupacionais.
O resto é o luar de Paquetá.
Fonte: Blog Comunicolândia