Mais que dobrou a quantidade de passageiros que usam o BRT diariamente no Rio nos últimos três anos. De 150 mil pessoas, o fluxo aumentou para 375 mil em 2021, quando a prefeitura assumiu a gestão do modal. Apesar do aumento, o número ainda é menor do que em 2016, nas Olimpíadas, quando atingiu o pico do serviço, com 700 mil usuários. A expectativa da Secretaria municipal de Transportes é alcançar este patamar até 2026, considerando os três corredores atuais: Transcarioca, Transoeste e Transolímpica.
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Desde que assumiu, em 2021, no lugar da empresa privada BRT S/A, a prefeitura realizou uma série de medidas de requalificação do serviço, como reforma e reabertura de 46 estações que estavam fechadas, a troca dos ônibus azuis pelos amarelinhos, com o aumento da frota de 120 para 515 articulados.
Na Transoeste, último corredor a receber os novos Euro 6, com tecnologia menos poluente, a redução dos intervalos nos horários de pico foi de até 72%, segundo a prefeitura. Ainda assim, o ajudante de cozinha, Marcelo Dias, de 52 anos, acredita que o tempo de espera ainda é longo. Ele mora em Paciência e costuma usar a estação de Pingo D’Água, que está passando por obras de ampliação do terminal. A previsão é que seja entregue em junho deste ano.
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— Melhorou com os amarelinhos, mas o espaço de horário entre um ônibus e outro é muito longo. Às vezes fico mais de 30 minutos. Estação maior pode ajudar, mas não vai resolver o problema, que é diminuir o intervalo das linhas. Tem que dar atenção aqui porque é uma região de muitos trabalhadores. A estação fica muito cheia com o atraso do transporte, e o pessoal quebra o ônibus revoltado — avalia Marcelo.
O terminal Pingo D’Água vai ter 17 mil metros quadrados (hoje são 2 mil metros quadrados), e vai substituir a estação de mesmo nome, com integração entre os ônibus alimentadores e vans oriundos da Estrada da Pedra e da Avenida Dom João VI. Já foram concluídas as melhorias no sistema de drenagem no entorno do novo terminal e as fundações. Em virtude do alto tráfego de ciclistas na região de Guaratiba, será instalado um bicicletário com capacidade para 600 bicicletas.
Mais intervenções
Outras três estações da Transoeste estão recebendo intervenções. Todas elas terão bicicletário, com capacidades diferentes de acordo com a necessidade local, e adaptações para o tráfego de veículos e pedestres. A estação Magarça será a primeira a ser entregue, com prazo previsto para o mês que vem, de acordo com a Secretaria municipal de Infraestrutura. Lá, o terminal teve um módulo conectado ao existente e recebeu um terminal alimentador de ônibus e vans que vêm da Estrada do Magarça.
— Em todos os terminais a gente faz a drenagem e requalificação viária do entorno, para que o fluxo do trânsito melhore no terminal em si e facilite os acessos para a população. A gente sabe que a região tem uma vocação para uso de bicicleta para chegar até as estações, então, essa é uma preocupação nossa de incluir. Toda a urbanização do entorno tem ciclovia — explica a secretária de Infraestrutura, Jessick Trairi.
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No Malto Alto, dois viadutos, , por onde os articulados irão passar, estão em fase final de construção. A passarela, que vai receber usuários tanto de Sepetiba como de Campo Grande, já está pronta para uso. Parte da estação antiga foi desmontada para a construção do futuro terminal, que será integrado por dois novos terminais de ônibus e vans. Dois retornos para demais veículos também foram implementados. A plataforma deve começar a operar plenamente a partir de junho.
— Aqui sempre teve muito trânsito. Está melhorando o fluxo, antes era tudo na mesma pista, então ficava um caos. Já melhorou muito depois do amarelinho. Mesmo não estando concluída a obra, já provocou uma mudança significativa — elogiou Sthefani dos Anjos Santos, moradora de Campo Grande.
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As obras para implantação do Terminal Curral Falso, em Santa Cruz, foram as últimas a começar, e devem ser concluídas até agosto. A antiga estação foi demolida, e vai dar lugar à nova, com 16 mil metros quadrados. Por enquanto, uma estação provisória foi instalada para atender a população. Serão construídos uma passarela e um terminal alimentador, que fará a integração entre os ônibus e as vans vindos da Estrada de Sepetiba e da Avenida Cesário de Melo.
Em dezembro de 2023, a prefeitura revitalizou 31 quilômetros da calha do BRT Transoeste, onde o pavimento de asfalto foi substituído por concreto. Os trabalhos aconteceram na pista desde o Terminal Alvorada, na Barra da Tijuca, até o túnel Vice-Presidente José Alencar, na Grota Funda, continuando depois da saída do túnel em direção ao futuro Terminal Pingo D’Água, em Guaratiba. O investimento foi de mais de R$ 221 milhões em obras que duraram 18 meses. Para a conclusão do trabalho, foram utilizados 52.800 metros cúbicos de concreto, o que daria para encher 28 piscinas olímpicas.
— Esses três anos passaram rápido, com dedicação total à recuperação do Sistema BRT, um trabalho contínuo. Pedimos o apoio da população para continuar cuidando das nossas estações e dos nossos amarelinhos. A missão agora é colocar em ação todos os serviços para operação total da Transbrasil — afirmou a presidente da Mobi-Rio, Claudia Secin.
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