Uma produção assumidamente B, com pretensioso quê de Guardiões da galáxia, mas com o acabamento do eficiente Mercenários das galáxias. Baseado numa franquia violenta de videogame, o longa Borderlands: O destino do universo está em jogo revela a travessia de uma equipe de raivosos aventureiros pelo planeta infernal de Pandora, local de origem da protagonista Lilith (Cate Blanchett), uma caçadora de recompensas, mais do que acostumada com a lida de prisioneiros. Na direção do filme está Eli Roth, conhecido do público por filmes como Desejo de matar (2018), com Bruce Willis; Cabana do inferno (2002) e O albergue (2005).
“Não existe salvação sem sacrifícios”, avalia um dos personagens da agitada fita com clima futurista, mas carregada de ares retrô. Quase que num tabuleiro de xadrez, há a conjuntura da filha desaparecida de um poderoso magnata da corporação Atlas (o venezuelano Edgar Ramírez) e uma rede de desconhecidos escalados para unir forças contra a perversa Knoxx (Janina Gavankar) e ainda o mercenário Roland (Kevin Hart), detentor da tutela da jovem Tiny Tina (Ariana Greenblatt), dada como uma preciosidade desgarrada da proteção paterna de Atlas.
Um dos pontos de origem da civilização está nos eridianos, grupo que respondeu por todos os resquícios de conquistas tecnológicas presentes na galáxia. Uma arca, recheada de conhecimentos e progressos, estaria à espera da libertação. O somatório de três chaves garantiria a abertura de conhecimento.
Além da hiperativa Tiny Tina, o grupo em fuga conta com o troglodita Krieg (Florian Munteanu), dedicado à proteção de Tina; Tannis (Jamie Lee Curtis), uma misteriosa cientista e ainda Claptrap (dublado pelo humorista Jack Black), um robô pra lá de linguarudo. Derrotar uma legião de “psicopatas de quem psicopatas têm medo” está nos planos dos heróis envolvidos numa trama que aglomera ciência, maternidade, paternidade, clonagem e abandono.
Um dos grandes diferenciais no filme está na figura da descolada garota Tina, sempre com um explosivo coelho a reboque, e ainda no congestionamento de movimentos dos veículos espaciais pilotados num mundo infestado por ameaças alienígena e inesperados vilões.
Crítica // Borderlands: o destino do universo ★★
Com parte dos atores de O mistério do relógio na parede, que ele dirigiu em 2018 (Cate Blanchett e Jack Black), o cineasta Eli Roth conduz o genérico de ação Borderlands: O destino do universo está em jogo. São três chaves que separam seres futuristas de um progresso ainda maior: a partir destes artefatos, todos poderão usufruir do legado dos chamados eridianos, que deixaram uma pilha de pistas para o desenvolvimento de maior tecnologia.
Habituado a comandar títulos violentos como O albergue (2005), Eli Roth se vale de excesso, não apenas de cores e explosões, mas ainda do número de engenhocas futuristas, a fim de pregar um convencimento visual. Num jogo de recompensas que incluem a participação da “mocreia velha” Lilith (Blanchett, ostentando uma franja absolutamente vermelha), uma mercenária experiente, a treta está solta: todos se empenham em proteger a espoleta Tiny Tina (Ariana Greenblatt), que se proclama como alguém “muito especial”. Até rastreadores bastante sofisticados acompanham Lilith na delicada missão de resguardar Tina, que ocupa a importante posição de indispensável no acesso ao valioso conteúdo da arca (escondida) e que compacta infinita sabedoria.
Junto com segredos no manejo de teletransporte e ainda na figura da poderosa Falcão de Fogo (com quê de Fênix), uma destemida e desequilibrada equipe de guardiões ocupa a telona: o enorme psicopata Krieg (Florian Munteanu), a sábia Tannis (Jamie Lee Curtis, vencedora do Oscar) e ainda Roland (Kevin Hart), um sóbrio guerreiro que puxa todo o fio da meada. Numa atmosfera que (vagamente) lembra a de Mad Max, Bordelands sinaliza um potencial que morre na praia. Ao lado de Jar Jar Binks (de Star wars), o inoportuno e falante robô Claptrap ocupa o posto de um dos mais chatos personagens do cinema.
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