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Atenção, Sapucaí! O carnaval é logo ali e, a partir de amanhã, a disputa é para valer na Passarela do Samba, com ziriguidum que só vai terminar na outra semana, entre apresentações da Série Ouro e do Grupo Especial. Mas o desfile das escolas de samba deste ano tem uma lista de mudanças para este ano.

Pela primeira vez, as escolas do Grupo Especial desfilam em três noites. Os desfiles deste ano terão dez minutos a mais que no ano passado, podendo ter entre 70 e 80 minutos.

O tradicional “esquenta” das escolas de samba, quando são tocados sambas antigos e feitos os discursos dos presidentes das agremiações, terão dez minutos (marcados em contagem regressiva pelos relógios da Avenida). Até o ano passado, eram cinco minutos.

Uma roda de samba encerrará cada noite de desfiles da elite. As atrações, na Praça da Apoteose, serão Samba do Trabalhador, Beco do Rato, Cacique de Ramos e Terreiro de Criolo, uma por noite.

Não haverá mais cabine dupla de julgadores na Sapucaí. A aglutinação dos módulos, o que ocorria até o ano passado, otimizava o desfile, com menos paradas (três) para apresentações, como fazem a comissão de frente e o casal de mestre-sala e porta-bandeira. Agora, as cabines, todas individuais, estão distribuídas nos setores 3, 6, 9 e 10 — então, serão quatro paradas.

Também há uma nova regra aos jurados do Grupo Especial: eles precisarão entregar suas notas, dos nove quesitos, ao fim de cada noite de apresentação. Antes, isso só acontecia após a última escola passar, o que permitia comparar todas as agremiações.

Na Série Ouro, Império Serrano, Unidos da Ponte e Unidos de Bangu não serão julgadas — não podem ser rebaixadas, nem campeãs —, por terem perdido boa parte das fantasias em um incêndio neste mês.

Haverá um camarim para casais de mestre-sala e porta-bandeira, e tendas para baianas e velhas-guardas.

Outra novidade é o aplicativo Rio Carnaval, que servirá como guia das apresentações, com detalhes sobre cada escola, além de um mapa do Sambódromo.

Regras para o público

O que pode levar para a Sapucaí: copo térmico ou duas garrafas de plástico de 500ml com bebida, segundo a Liesa; e bolsa térmica de uso pessoal e capa de chuva. Após a divulgação de que haveria limitação de comidas, Gabriel David, presidente da Liesa, disse que vai prevalecer o “bom senso” e que estão permitidos sanduíches e salgadinhos. Já o prefeito Eduardo Paes afirma que o público “pode levar o rango que quiser”. De acordo com o site da Liesa, no entanto, só serão permitidos “dois alimentos lacrados e devidamente conservados (fruta, salgado e sanduíche) por pessoa”.

O que não pode: vidros e latas; objetos cortantes ou recipientes aerossol; guarda-chuvas, paus de selfie ou bastões; coolers, baldes e sacolões.

Últimos preparativos

enquanto carros alegóricos, desfilantes e baterias não tomam a Avenida, o vaivém de caminhões com as últimas cadeiras a serem instaladas no Setor 12 e o bate-bate dos operários trabalhando para concluir os camarotes marcam o ritmo dos últimos retoques no Sambódromo.

As grades receberam a última demão de tinta azul, e a pista ganhou ontem aquele reforço na pintura em cor branca. Estruturas de madeira, com propagandas de patrocinadores e que cobriram as caixas de som durante os ensaios técnicos, começaram a ser retiradas.

Mistério das caixas pretas

Jorge Teixeira, que ontem foi um dos responsáveis por terminar de pintar as grades, garante que estará a postos também nas noites de desfile, para corrigir qualquer imprevisto:

— Eu ainda vou trabalhar no carnaval, fazendo manutenção à noite, colocando grades, consertando canos ou problemas no banheiro.

Uma novidade tem chamado a atenção de quem passa pela Sapucaí. Entre o Setor 1 e o primeiro recuo de bateria, haverá uma passarela retrátil de cor laranja, montada sobre duas estruturas que se parecem com contêineres. Ela terá suas duas partes unidas apenas entre um desfile e outro: prestadores de serviço credenciados poderão usar essa ligação para ir do lado ímpar para o par ao longo da noite.

Também têm despertado a curiosidade as caixas pretas instaladas sobre as arquibancadas. O assunto foi parar até nas redes sociais. Para muitos, trata-se de refletores que serão usados no desfile da Grande Rio. A escola nega. Funcionários que trabalham na Avenida garantem, por sua vez, que a estrutura faz parte dos equipamentos de transmissão do evento. Procurada, a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) não desfez o mistério.

Já atrás do Setor 5, o que chama a atenção é uma estrutura metálica, preta, entre a arquibancada e a grade do Elevado Trinta e Um de Março. Ali funcionará a boate de um camarote. O espaço, segundo a assessoria do evento, já existe há cinco anos.

Com a promessa de ter menos credenciados circulando pela pista, o que deve ser visto durante os desfiles é um número menor de pessoas em meio aos componentes das escolas. Para isso, os contêineres instalados na Rua Benedito Hipólito, onde ficam as cabines de imprensa e outros órgãos, não terão saída direta para a pista. As portas agora serão voltadas para a sede do Juizado da Infância, da Juventude e do Idoso.

Para evitar que escolas desfilem no amanhecer e garantir que todas possam desfrutar do sistema de iluminação cênica, a principal mudança deste ano é que os desfiles do Grupo Especial foram diluídos em três noites, com quatro agremiações por dia.

O número de 570 refletores foi mantido, sendo 510 deles voltados para a pista. Rafael Thompson, presidente da Rioluz, responsável pela iluminação da Avenida em uma parceria público-privada com a Smartluz, garante que o espetáculo estará “à altura da grandiosidade do carnaval carioca”.

Cada uma com a sua luz

Para planejar como usar essa tecnologia, equipes de iluminação das escolas marcaram presença na Sapucaí nas últimas semanas. Cada uma teve uma noite inteira para preparar a programação. Além de iluminadores com experiência em desfiles, algumas agremiações contrataram profissionais experientes no mercado de shows.

— Os carnavalescos aprenderam a usar o controle para iluminar melhor os carros alegóricos. Quando a alegoria chega à cabine (de jurados), colocamos uma base numa cor só ou apagamos a luz — conta Césio Lima, projetista da iluminação da Avenida.

As 16 escolas da Série Ouro também usarão a luz cênica. Durante os ensaios técnicos, o público reclamou que as arquibancadas às escuras nos intervalos entre um desfile e outro estariam atrapalhando a locomoção pelos degraus. Procurada, a Rioluz informou que terá uma iluminação especial com as cores das escolas de samba no intervalo, mas algo que “não comprometa a visibilidade das arquibancadas”.

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