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O depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato foi liberado na íntegra pelos investigadores.

Tratam-se dos esclarecimentos prestados sob a condução coercitiva no último dia 4, na 24ª fase da operação. As medidas investigativas foram colocadas em prática para buscar provas que pudessem comprovar ou não a participação do ex-presidente no esquema de corrupção da Petrobras.

A transcrição tem 109 páginas, detalhando a conversa de quase quatro horas de Lula com a força-tarefa. Veja abaixo.

O DISCURSO DE LULA

A condução coercitiva do ex-presidente causou polêmica entre juristas, que não viam justificativa para colher um depoimento de ex-presidente de forma compulsória. Em declaração à imprensa no dia 4, Lula disse ter ficado indignado com a ação do MPF, já que estava disposto a colaborar com as investigações.

“Eu estou indignado também com o comportamento de determinados meios de comunicação”, afirmou o ex-presidente. “Hoje quem incrimina é uma manchete.”

Lula voltou a negar ser proprietário tanto do tríplex em Guarujá quanto do sítio de Atibaia, imóveis investigados pelos procuradores. “Eu uso a de um amigo, porque os inimigos não me oferecem”, disse sobre o sítio em Atibaia.

A respeito do tríplex no Guarujá, Lula afirmou que o dia que encontrarem seu nome na escritura, podem chamar o apartamento de seu.

“Se eu não comprei e não paguei, não é meu”, afirmou o ex-presidente. “Quero saber quem vai me dar esse apartamento quando o processo terminar. Vai ser a Globo? Vai ser o Ministério Público?”

O QUE DIZ O MPF

Além dos imóveis, o Ministério Público procurava destrinchar os ganhos da LILS Palestras e do Instituto Lula, controladas pelo petista. Entre 2011 e 2014, ambas teriam recebido R$ 30 milhões, boa parte repassado por empreiteiras com participação já comprovada no âmbito da operação.

De acordo com o procurador Carlos Fernando, cerca de 60% das doações ao Instituto Lula e 47% dos rendimentos com palestras foram feitas por Camargo Corrêa, Odebrecht, Queiroz Galvão, UTC, Andrade Gutierrez e OAS.

OAS e Odebrecht, além de serem doadoras, seriam as responsáveis pelas altas cifras despendidas nas reformas dos referidos imóveis. Pesa sobre ambos os imóveis a suspeita de que se trata de pagamento de favorecimentos ilícitos e, consequentemente, lavagem dinheiro.

Fonte: EXAME

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