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As manifestações do feriado de 7 de setembro contra o governo de Michel Temer (PMDB) atraíram pela primeira vez até mesmo quem ainda não tinha saido às ruas para protestar contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Sem filiação partidária ou ligação com movimentos sociais, famílias e jovens também aderiram ao ato em São Paulo que pediu novas eleições.

A professora de educação infantil Tânia Claudia Pereira Neto, de 53 anos, foi com as filhas de 14 e 16 anos para a manifestação que começou na Praça da Sé na tarde desta quarta-feira. A última participação da docente em um protesto do tipo foi há pelo menos 20 anos, quando o hoje deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) era prefeito da capital paulista.

Para EXAME.com, Tânia afirmou que decidiu participar dos atos porque, com a saída de Dilma, considera necessário que o país tenha um novo presidente escolhido diretamente pelo povo. “Eu vim com as minhas filhas porque esse é um momento importante. Votei na Dilma e entendo que agora [depois do impeachment] precisamos escolher um novo presidente”, afirmou.

O analista financeiro Thiago Epifanio, de 30 anos, e a analista contábil Nicolle Mota, de 27 anos, também foram aos protestos pela primeira vez nesta quarta-feira. “Meu voto foi rasgado. Eu vim protestar pelos meus direitos, pela democracia. O voto tem que ser respeitado”, disse Nicolle.

Sem ter ligação com partidos, eles explicaram que resolveram ir às ruas desta vez porque consideram o impeachment de Dilma Rousseff um “golpe”. “A gente não veio antes do impeachment se confirmar porque nunca acreditei que isso iria acontecer”, afirmou Epifanio.

Já o funcionário público Rodrigo Buarque, de 40 anos, veio de Campinas (SP) especialmente para participar do protesto na capital. Ele afirmou que já esteve em outras manifestações em sua cidade, mas resolveu se deslocar até São Paulo para engrossar o coro das pessoas que não concordam com o governo de Michel Temer.

“Vim por solidariedade ao governo deposto que foi democraticamente eleito pelo povo. A retirada desse governo não respeita as regras democráticas que a nossa sociedade estabeleceu”, afirmou Buarque.

Ele acredita ainda que a repressão policial é a principal barreira para que as famílias não se juntem aos protestos. “Um governo que não respeita as regras vai desagradar a todos os setores. A tendência é de que as famílias venham mais. Acredito que em breve até o pessoal da Direita vai estar na rua”, afirmou.

Ato pacífico

No protesto da Praça da Sé, um coro lírico de manifestantes se apresentou na concentração do ato. Um grupo cantou, na escadaria da Igreja da Sé, uma música composta de frases como “Fora, Temer golpista” e “Luta sim, Temer jamais”.

Fonte: EXAME

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